Levantámo-nos às sete da manhã, tal como num dia normal de trabalho, num dia cinzento e a prometer chuva.
Duas horas depois estávamos a sair de casa.
Apanhámos o jetfoil das 9:30 e chegámos a Hong Kong uma hora depois para apanhar táxi até ao metro e mais quase meia hora de metro até mudarmos para o metro “do Mickey” que nos levou até à porta da Disneylândia (a casa do Mickey, como o Daniel lhe chama).
Devemos ter lá chegado perto do meio-dia e estava a chover. Pensei que teria as suas vantagens e haveria menos gente, menos filas, mas estava redondamente enganada!
Comprámos bilhete para o Daniel que a Eliana ainda não paga, valha-nos isso!
As entradas são muito caras, ainda bem que só paguei a do Daniel!
Como estava tudo cheio de fome fomos até ao Corner Café e comemos um set menu e eu aproveitei para dar papa à Eliana dado que ali podia pedir água quente. Chovia torrencialmente, pareciam pedrinhas no tecto de vidro do café...
Comprámos uma capa para a chuva de plástico para o Daniel e quando saímos já quase não chovia e ainda deu para ver um pouco da parada.
Depois fomos dar uma volta e como a Eliana adormeceu e já não estava a chover eu fiquei numa zona de descanso que tem uns bancos de jardim sem encosto (que canseira!) e o papá e o Daniel foram brincar qualquer coisa do Buzz Lightyear do Toy Story (não sei o nome em português).
Algum tempo depois, que em todo o lado as filas de espera são enormes e espera-se no mínimo uma boa meia hora, vi o Daniel a sair ao colo do papá a chorar. O meu coração ficou tão pequenino e mal chegaram ao pé de mim peguei logo nele ao colo (que pesado!). Estava a tremer e o papá explicou-me que aquilo é uma montanha russa, versão soft, mas que o Daniel teve imenso medo e só chorava e depois de o papá lhe dizer para gritar para aliviar a coisa melhorou um pouco. Ainda me chateei com o papá por não ter desistido de ir andar na dita montanha russa, mas o papá só me dizia que havia outros miúdos pequenos e nunca pensou que fosse “assim” (não sei o que é o assim porque eu não fui), de qualquer modo perguntei se aquilo não tinha idade mínima e o papá disse que apenas tinha altura mínima: 1 metro! Pois, os chineses são baixinhos e só aos 6 anos é que devem ter tal altura. Eu estava furiosa com os tipos da Disney!
A partir daqui o Daniel não quis brincar em mais nada (e ainda bem porque qual a fila de espera maior!) e fomos tentar tirar fotos com a Miney, o Mickey e o Pato Donald e para cada um deles foi mais uma fila de espera de pelo menos 30 minutos cada!
Até aqueles carrosséis para crianças estavam atulhados de adultos. Não devia haver também idade máxima para a sua utilização?! Acho que deviam fazer dois tipos de bilhetes, um tudo incluído e outro para quem quisesse apenas visitar o parque e se quisesse andar nalguma das diversões deveria pagar à parte! Talvez assim fosse possível deixar as crianças brincar!
Recomeçou a chover, pouco a pouco a chuva foi engrossando e por volta das 4 e meia da tarde o Daniel disse que queria ir para casa e eu concordei de imediato, pois não é fácil ir para um sítio daqueles a chuviscar, um calor insuportável (sim, porque aqui quando chove continua o calor!), uma humidade terrível, duas crianças pequenas, a falta de civismo das pessoas que me chegaram a empurrar para passar à frente e tirar foto com o Mickey primeiro (que situações ridículas), mais a ignorância dessas pessoas a perguntar se a Eliana é “boy or girl” e ela vestida de branco e cor de rosa dos pés à cabeça, com umas sandálias com florinhas e borboletas! Ainda a parte ridícula de haver parques de estacionamento para carrinhos de bebé (que se podem alugar lá) à entrada de determinados sítios (onde dá perfeitamente para andar com o carrinho de bebé mas não deixam) mas sair desse sítio na outra ponta, bastante longe do “estacionamento” e ter de andar o dobro (e a chover!)!
Estava cansada e literalmente farta, com uma série de críticas que me apetecia fazer aqueles tipos da organização e gestão daquela coisa e que ainda estou a pensar se não vou fazer. Viemos embora e o Daniel já cansado e a pedir colinho ao papá e eu a pensar nas horas de viagem que ainda tínhamos de enfrentar até casa! Fomos lanchar e eu dei o boião de sopa e de fruta à amorinha que fez uma careta horrível e cuspiu a sopa do boião (deduzo que aquilo frio deve ser mesmo mauzinho) e que depois comecei a por uma camada de sopa e por cima a fruta e enquanto o boião da fruta durou ela lá comeu.
Depois de todo o caminho inverso da ida e de termos parado num restaurante para levar a comida que encomendámos ainda no jetfoil para casa (o jeito que dá a Toscana do terminal, não é, pessoal de Macau?) consegui chegar a casa pouco passava das 19.30.
Com a Eliana cansada, rabugenta e com fome, deixei o papá e o boneco a jantarem para ir dar banho, dar de mamar e adormecer a amorinha. Depois foi a vez de tomar banho com o meu boneco e finalmente ir comendo enquanto o papá e ele liam a história antes de ir dormir para de seguida ir deitá-lo.
Fiquei de rastos! Que dia cansativo!
Conclusão: Não gostar de parques temáticos!
Espero não voltar lá nos próximos anos!
E amanhã é feriado: Festa do Barco Dragão (Tung Ng)
E não fiquem com inveja que até Outubro acabaram-se os feriados por aqui

